segunda-feira, 25 de março de 2013

Termo de Cooperação da ABRAS com o MPF pela pecuária sustentável é um primeiro passo


Para a entidade, os supermercados só deveriam comprar carne de indústrias comprometidas com a legalidade da cadeia produtiva.

A União Nacional da Indústria da Carne reconhece como positivo o Termo de Cooperação assinado nesta segunda feira entre a Associação Brasileira dos Supermercados e o Ministério Público Federal em favor da sustentabilidade da pecuária.

Para a UNIEC, tudo começa pela disposição do setor do varejo de informar, divulgar e orientar os supermercados acerca das melhores práticas de comercialização de carne bovina no País.

Entretanto, o passo decisivo somente será dado quando o varejo, encabeçado pelas grandes redes de supermercados, comprar carne exclusivamente das indústrias que firmarem compromissos pela compra de bovinos de pecuaristas cumpridores da Lei.

Fazemos parte de uma cadeia que começa na fazenda e passa pela indústria frigorífica, pelos atacadistas e distribuidores, pelo varejo nos açougues e supermercados, até chegar no consumidor. Se um desses elos deixar de observar as garantias de boa procedência do produto fornecido pelo elo anterior, todos nós somos prejudicados.

A UNIEC tem orientado todas as indústrias a firmarem, na forma de um ajustamento de conduta com o MPF, o compromisso de somente comprar bovinos para o abate de propriedades que tenham inscrição no Cadastro Ambiental Rural, processo de licenciamento ambiental e medidas de regularização fundiária, além de excluírem de suas relações de fornecedores, aqueles produtores cujas propriedades figurem nas listas negativas do IBAMA, Ministério do Trabalho, FUNAI e INCRA.

Trata-se de um grande esforço da indústria. Muitas vezes somos criticados pelo rigor, mas nossos parceiros pecuaristas têm dado diversas demonstrações de que a grande maioria é responsável e quer colaborar para melhorar as coisas.

Para se ter uma ideia, no Estado do Pará todas as pequenas, médias e grandes indústrias assumiram esses compromissos e, nos demais estados da Amazônia, as negociações avançam para o mesmo desfecho.


Outro bom exemplo está sendo dado pelo Grupo JBS que voluntariamente está assinando um compromisso mais abrangente, reafirmando que todas as suas unidades continuem a garantir a boa procedência das matérias primas e qualidade de seus produtos.

Então, se o varejo somente comprar dessas boas indústrias que, por sua vez somente compram dos bons pecuaristas e, finalmente, os consumidores comprarem somente dos bons varejistas, está fechada a cadeia do bem e todos sairão ganhando.

Mas, se um supermercado compra carne de uma indústria que comprou boi criado ilegalmente e os consumidores garantem lucro a esses agentes, todo esforço se perde na concorrência desleal e fortalece o mercado clandestino que ainda é responsável por 30% dos abates de bovinos no Brasil. 

Fonte: UNIEC

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